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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Nossos encontros


Absurdo? Que nada! Eu já havia desligado o note, apagado a luz e o travesseiro já havia me agarrado, mas as palavras não queriam dormir. Pulei da cama, acendi a luz e caneta em punho danei a escrever sem parar, afinal, convenhamos: é muito mais gostoso desandar na escrita à moda antiga que dedilhar no teclado.

Essas avalanches de palavras são costumeiras, mas o mote dessas é mais costumeiro ainda, por se tratar de encontros com meu anjo da guarda, e não dava para deixar passar batida uma cena como essas!

Caminhávamos pela Berrini, a amiga matraqueando sem parar. Eu nem queria interromper porque ela estava com fome de falar, como eu tenho de escrever. Mas... foi inevitável!

- Flor, desculpe por te interromper, mas você tem certeza que não passamos do lugar que vai me levar?

Ela estancou com olhar desesperado! Olhou para todos os lados para se achar no meio de sua bagunça mental. Era hilária a carinha de perdida dela, mas depois de rodar, a cabeça a quase 360º, ainda tomada pelo susto da interrupção, me respondeu cheia de hesitação, querendo acreditar em sua própria resposta:

- Não, ainda não passamos não!

E caímos na gargalhada por todas as vezes que descemos do metrô na estação errada, muitas vezes depois da certa, mas até antes da certa já fizemos a proeza de descer. Extensos ou curtos trechos, não importa, vale a gargalhada antes de fazer o percurso de volta porque nos perdemos do momento certo de parar, sempre por conta da loucura das palavras que bailam, ora nos lábios dela, ora nos meus.

Eu levei quase um ano para achar esses escritos e digitar, agora, essa Flor está grávida, mas acredito que um bebê vai é deixar ela mais acelerada, porque o meu filhote já tem 25 aninhos e eu continuo desligada igual, descendo em ponto errado até quando estou a caminho de casa!

Alguns já disseram a ambas que precisamos de terapia, mas a gente nunca deixou a terapia de lado, fazemos há anos a mesma terapia: a das palavras... e acredite, tem dado resultado. Mesmo diante dessas pequenas confusões, podemos garantir que nunca nos perdemos de nossos caminhos de vida! Isso é que importa!