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sábado, 29 de janeiro de 2011

Delírios sobre injustiças

Prédios, estruturas gigantescas, monumentos estrangeiros. Estruturas metálicas emolduram enormes vidros, herança cultural do Bauhaus. Outros, puro cimento desarmonizando, padrões todos herdados de algum outro canto do planeta: Europa, EUA, Ásia etc. Nada exalta nossas origens indígenas. Exceto alguma cor aqui e ali, toda vista seria como a nossa massa encefálica, que dizem ser cinza.

Somos fruto da miscigenação cultural, dos brasileiros originais, só restaram histórias, porque entre os poucos que restaram, ainda se faz troça, fica a visão do fogo, do desmerecimento, do desdém pela própria origem.

Oh! Terra Brasilis! Encantadas paisagens ainda encobrem o espírito de aço e pedra.

Promete-se igualdade, cumpre-se deslealdade. É como Machado de Assis declama: "... quer se ver a menina e encontra-se a mulher; quer se ver a mulher e encontra-se a menina", não há como encontrar a igualdade quando não se pode ver a verdadeira face, principalmente da nossa justiça tão incoerente!

O mundo vai dando voltas nas aspirações contidas no voto de cada cidadão que pensa estar exercendo a democracia. Quer se ver o povo no poder e, quando seu representante máximo ascende, torna-se descrente de seus próprios sonhos.

Quem poderá enfrentar as feras a quem damos o poder de governar, de decidir? Quem poderá enfrentar um juiz que libera um homem que matou para brincar? Matou nossa raiz, matou um irmão, matou nossa democracia...

Quem matou agora tem um cargo, criação especial para uma grande personalidade... e sua vítima está sob a terra que ele pisa.

Temos obrigações a cumprir, devemos lealdade ao nosso rei, mas não temos respaldo para viver em segurança. Mas haveremos de lutar sempre!

PS) Hoje um aluno revoltado com a falta de consciência me disse que não valia lutar porque as pessoas não cooperam. Mas, se nos entregamos a conviver apenas com o mal, sem pregar o bem, desistimos da batalha derrotados, melhor se empenhar em um ideal que viver na abstinência da esperança.

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