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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Ai que saudade do sol de Maceió

Não é só de ficar tostando ao sol que sinto falta. As paisagens eram um bálsamo para o cansaço do cinza do céu de São Paulo. Aquela frase batida sobre certas coisas não terem preço, percorrerá sempre muitos caminhos e situações. Mas pense num café da manhã regado a muitos pratos típicos do nordeste e no embalo do tal do forró pé de serra! E os sucos? Mangaba, umbú, cajú e muitos outros, mas o meu predileto é o de graviola.

Saudade de viajar é uma constante, mas, quando não posso por o pé na estrada, viajo em palavras, imagens gravadas na mente e lá vou eu me refrescar sob o sol de Maceió ao som de Flávio José: "Cabeça doida, coração na mão / Desejo pegando fogo / E sem saber direito a hora e o que fazer / Eu não encontro uma palavra só pra te dizer..."

Será que você nasceu para ser o que é?

Yara Verônica Ferreira

Desde criança eu escrevia os meus próprios textos, copiava poesias e textos de livros, reescrevia textos e reportagens dos outros e sonhava com meu nome na capa de um livro... Ainda amo escrever, mas troquei a cópia de poesias e textos dos outros por conhecimentos mais técnicos, escrevendo reportagens, artigos e textos que são usados em aulas... Até sinto saudade do meu eu cheio de palavras minhas! Sinto falta de escrever sobre histórias de vida, de ocorrências do dia-a-dia e de sentimentos alheios ou não.

Aí você revela tudo isso ao filho e ele solta o que muitos te diriam, até você mesma:
[10:48, 16/11/2017] Fe: Porque não volta a escrever ?
[10:48, 16/11/2017] Fe: Precisa encontrar o que te motivava.

Na fase crianca, muitas vezes o que me fazia escrever sem parar era a vida vazia de futuro, o não saber que caminho trilhar, o que realmente eu havia nascido para ser, afinal?

Depois veio o maior sonho realizado: o filho - porque este sonho era o mais claro sobre a minha visão de futuro. Aí veio o terceiro maior sonho: jornalismo, aí, eu escrevia tanto, sem parar... Passava o dia todo esperando a hora de ir para a faculdade, sentar na primeira fila, o mais próximo possível do palco dos professores para sugar cada palavra, cada compartilhamento de vida, de emoções, de conhecimentos... Vida? Emoções? Sim, é isso mesmo, professores sempre compartilham suas vidas e suas emoções conosco, fiquem atentos, aproveitem... Mais adiante você, ex-aluno se lembrará desses momentos e dirá: que saudade!  

O que será que me fez pensar em tudo isso justo hoje? Um pouco da história que contei, há um bom tempo, sobre a Janis Joplin

Ainda na faculdade fui convidada a escrever de graça para um site sobre cultura, que eu amava, mas, saiu do ar. Aí reli o texto, descobri que cometi aguns erros de ligação nas frases, mas, nada que tenha apagado o brilho da história e das emoções que senti ao pesquisar e escrever sobre a Janis.

Mas, a frase de meu filho: “Precisa encontrar o que te motivava.”, me fez lembrar de outra frase do meu coordenador durante uma reunião de início de semestre: por que escolheu ser professor?

Mas, no fundo, ser professor era um sonho que eu nem sabia que era tão forte, porque abandonei quando tentei estudar para dar aula para crianças: não estava preparada.

Muitas vezes não percebemos as dicas que a vida nos dá... Eu demorei a perceber, mas durante todo tempo puseram pessoas no meu caminho que eu ajudei de alguma forma, treinando para o trabalho ou ajudando nas escolhas de carreira e demorei pra me tocar que esse era o motivo de eu estar na terra: ser uma parte da vida de jovens, ajudá-los a realizar os sonhos que eram só deles. Agora estou sendo o que nasci para ser. Estou diariamente observando e  cutucando meus alunos para aprenderem a chegar onde querem... Quando olho para o meu passado, me pergunto o porquê de eu não ter tido um mentor, alguém que me guiasse, me senti muito órfã no passado, no entanto, era o caminho que eu tinha que trilhar para entender que nasci para ser o que ninguém foi para mim: um guia para ajudar na trilha do futuro...

Quando vi a vida passando muito rápido, dei um basta nos meus devaneios e pus eles no prumo, comecei a estruturar minha vida de forma a poder ser o que nasci para ser: mãe, jornalista, professora, mentora... Inúmeras vezes ouvi pessoas declarando ódio ao seu trabalho ou à sua profissão, ou ao curso que escolheu e é bem verdade que ninguém consegue estar 100% satisfeito o tempo todo, e, se estiver se sentindo frustrado e com raiva de tudo ao seu redor, pare e faça algo por si mesmo:
1º) Pegue uma folha em branco e faça duas colunas, uma de positivo e outra de negativo, será que preciso explicar como prosseguir nesta lição de casa? Bom, se precisar, é só deixar seu pedido de socorro nos comentários.
2º) Agora é hora de brincar de se auto-entrevistar:
O que eu quero ser?
Por que eu quero ser?
Quando eu quero ser?
Como eu quero ser?
Onde eu quero ser?
Para quem eu quero ser?
O que falta eu aprender para ser o que eu quero ser?
O que vou fazer para ser o que eu quero ser?

Se não souber responder nenhuma dessas perguntas, está na hora de cortar seus momentos de devaneios e se por no prumo, porque só nós somos os senhores de nossas vidas e os guias de nossos lemes. E o senhor tempo não perdoa sua falta de tempo para se por no prumo e fazer suas escolhas. A hora certa é sempre o agora.