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sábado, 1 de dezembro de 2018

Paixonites quase inexplicáveis

Existe tendinite, bursite, rinite, gastroenterite e sei lá eu mais quantos itens, mas, há um "ite" sem cura, difícil de entender, as vezes, mais difícil ainda  de curar.

Tem gente que se diz cinéfilo, não é o meu caso. Mas que eu tenho uns comportamentos estranhos  com alguns filmes, ah, isso não vou negar.

Tive um caso sério com o filme "As Pontes de Madison", todo ano eu o assistia ao menos uma vez e chorava copiosamente. Quem conhece a história e me conhece, entende bem essa doidice. Mas passou, fazia uns 5 anos que não assistia, ano passado pus de novo no DVD e dessa vez, junto com as lágrimas, veio aquela paz estranha de quem realmente se desvencilhou do vício.

Depois das pontes, a tal "Menina de Ouro" me enlouqueceu bem mais. Perdi as contas de quantas vezes assisti e num período que ainda alugavamos fitas em Locadoras de Vídeos. Só sei que chegava em casa e meu filho dizia: de novo esse filme, mãe? Aí, eu disfarçava e dizia: - Sério, eu já vi esse filme? Aí veio a TV paga, e, não dava para disfarçar, toda vez que achava "essa menina de ouro" na tela, o controle descansava.

O mais recente caso de vício foi com o filme "Livre". So no cinema vi 2 vezes, na TV paga ou no Netflix, ja perdi a conta.

Acabo de me deparar com um novo caso de paixonite. Chorei sim, muito, nem sei dizer em que cena comecei, mas garanto que foi por quase todo o filme.

Cresci com esse som e, mesmo não falando a língua inglesa, tem música que sei de cor. Essas mesmas músicas embalaram momentos especiais com meu filho e depois com meu afilhado. Garanto que nao importa a idade, é raro alguém que não se sinta tocado por essas músicas.

A história me fez ainda mais próxima, inexplicável... Só sei que se alguém me dissesse para ficar e assistir a próxima sessão, teria ficado com prazer por mais de um bis.

Bohemian Rhapsody este é a minha nova paixonite e sei que a cura vai ser muuuuito lenta.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

História da Arte, uma paixão para se compartilhar sempre

Quando a gente decide seguir os caminhos do coração nem faz ideia do que poderá encontrar de surpresa pela frente. Pois é, sempre achei que seria professora, mas demorei para me jogar de vez nas salas de aula. E, depois que você vê uma coisa como essa da foto abaixo, não tem jeito, é muita "paixão por educar":


Tem professor que acha a Sala dos Professores um santuário, eu até pensava assim antes de fazer parte dela todos os dias. Na verdade, o nosso santuário é a sala de aula, são os corredores da instituição, é o laboratório, é qualquer lugar onde estão nossos alunos. 

A gente corre, tem que cumprir metas, cumprir cronograma, mas, cada vez que estamos chegando próximos do esgotamento pelas correrias, a gente recebe presentes de quem mesmo? Dos alunos, isso mesmo.

Mas professor pode ficar aceitando presente de alunos? É, não acho muito certo, mas, os presentes que eu recebo são em forma de trabalhos bem feitos, nos quais os alunos colocaram a alma, o coração, a cabeça para funcionar e dão um show de surpresas.

Tem aluno que te manda uma foto por whatsApp e pergunta: 

Não tem como não se apaixonar pelos trabalhos que eles realizam com o coração, não tem como não decorar o nome deles e citar com orgulho o nome do grupo todo que realizou o trabalho.

Não bastasse esse aí da foto, ainda fizeram outro desenho a mão livre e um vídeo muito legal.

Cada trabalho que vou abrindo para correções me põe um sorriso escancarado no semblante.

Aí, quando você pensa que nada pode vir melhor que os que já viu, vem outro para fazer seu coração acelerar, seus olhos se encherem de brilho... Sabe aquele brilho de pura emoção?





Isso que dá quando você passa os trabalhos para futuros publicitários e diz para apresentarem de forma criativa.

Se quiserem ver outras obras que são shows ou saber mais dessa história de como é realmente "ser professora", fiquem de olho na minha página do Facebook.

#paixaoporeducar
#amoarte
#amomeusalunos




domingo, 29 de abril de 2018

Devaneios: Tecnologia a favor de...


Por: Yara Verônica Ferreira

Poderia até descrever como uma resenha, mas, no fundo é um apanhado de palavras que vão surgindo de conjecturas sobre a tecnologia, a comunicação, as pessoas, as mudanças, os benefícios e malefícios, assim, a ideia é conclamar quem ler a pensar em como a evolução tecnológica, às vezes serve como apoio a ações inapropriadas.

Faz bem imaginar que quando surgiram os primeiros computadores, as pessoas, por desconhecerem os recursos de copiar, colar e recortar, utilizavam o editor de texto apenas como um acessório que permitia apresentar o texto em sua melhor formatação.

A instalação de um programa qualquer necessitava de uma leitura atenta ao manual de instruções, hoje, basta ir clicando em "sim", "avançar" e "finalizar", que o programa estará instalado, dispensando o recurso de impressão de manuais pelo fabricante... e as florestas agradecem.

As facilidades de um editor de texto foram aos poucos ganhando espaço na mente dos escritores que, antes, pensavam toda a sequência do parágrafo em sua mente, para depois começar a escrever. Caneta e papel na mão, só em ocasiões raras, para anotações simples, pois gerir um texto tornou-se uma atividade quase que digital, já que basta jogar as ideias principais na tela, para depois ir compondo, buscando na mente verbos, advérbios, adjetivos etc., ir alterando a posição dos parágrafos ou de pequenos trechos, apenas com um leve clique no "mouse". Mas, será que estudantes, jornalistas, escritores e outros profissionais poderão se tornar meros digitadores ou copiadores?

A resistência inicial ao uso de um computador, foi abrindo espaço à necessidade essencial para milhões de pessoas, que hoje não se veem mais na frente de uma máquina de escrever, seja modelo Olivetti ou IBM, aliás, nem sabem que máquinas são essas.

No livro, “Cultura da Interface”, capítulo 5 - Texto, Steven Johnson , compara o surgimento do rádio com o da Web e conclui que em ambos, os usuários é que vão descobrindo novas ferramentas e utilidades, que os inventores e fabricantes não ousaram imaginar.

O presidente da IBM, Thomas Watson Junior, acreditava, em 1943, que o mercado para essas máquinas não proliferaria, enquanto que um engenheiro da Intel, em 1970, defendeu veementemente a tese de que, um dia, as pessoas iriam adquirir PC's, como compram aparelhos de TV, rádio, liquidificador e outros aparelhos considerados utensílios domésticos.

A internet plagiou o sistema de busca de um determinado assunto pelo reconhecimento de palavras similares, do recurso da barra de ferramentas “Editar – Localizar”, incrementando o sistema de pesquisas na Web, que permite a qualquer pessoa utilizá-lo como fonte de estudos e pesquisa.

Outro recurso possibilita a um profissional organizar seu trabalho, agrupando arquivos com temas correlatos, numa determinada janela, por um período prescrito. Tal recurso, permite ao usuário, agrupar assuntos de forma mais rápida, do que se tivesse que ler cada arquivo, para depois ir clicando e arrastando para uma única pasta.

As funções de inserir figuras, objetos, modificar textos ou figuras e todos os recursos que um programa gera, fascinam Johnson, mas decepciona-se com o fato do próprio editor de texto não ter evoluído, pois o hipertexto não representa nada se comparado com a linguagem visual que está cada dia mais aprimorada.

Tal decepção deve-se ao fato de que com todos esses recursos, ainda não criaram um software capaz de compreender os textos. O recurso designado como "ortografia e gramática", não possibilita nada além de correção de palavras grafadas incorretamente. Esse recurso de correção automática pode até causar confusões, como acontece inúmeras vezes no “WhatsApp”, aplicativo este que Johnson nem sonhava que seria criado.

Vale também observar a evolução do uso de imagens, que vêm tomando espaço na mídia desde a década de 50, quando as fotografias começaram a proliferar nas revistas e hoje ocupam espaço cada vez maior na mídia, seja impressa ou na internet. O texto vem se transformando em plano secundário, as imagens ganham destaque. O que antigamente podíamos contemplar nas páginas de uma revista era um trabalho minucioso, elaborado com técnicas arcaicas. Em pleno século XX, os "pixels" tomaram o lugar dessas técnicas e enchem de colorido as páginas das revistas, dos jornais, da internet e até da própria TV.

Mas vale defender que “palavras” ainda são fundamentais, até na própria barra de ferramentas de editores de texto ou de figuras. As bases de comando ainda se rendem à magia das palavras, mesmo que por trás de cada uma delas, haja uma sequência numérica que cria um código e, é este que nos permitirá ler em forma de palavras.

Todos os recursos imagéticos não tornarão o texto obsoleto, porque é este que esclarece, na maior parte das vezes, seja em forma de legenda ou texto legenda, o “studium” (como diria Roland Barthes) real daquela imagem, já que a visão do espectador, pode não ser a mesma que a do fotógrafo.

O uso de computador se tornou imprescindível para a maioria dos profissionais de diversas áreas, inclusive para estudantes, porque facilita a elaboração e o arquivo de qualquer trabalho. Para os jornalistas, a importância desses equipamentos e “softwares” é significativa. Pois os processadores de textos agilizam a produção, com recursos que abrangem desde a correção de palavras digitadas incorretamente, até mesmo marcar uma determinada parte do texto e eliminá-la ou transferir de posição, ferramentas que possibilitam o desenvolvimento do texto na própria tela, eliminado os rascunhos que antes eram arremessados ao lixo a cada alteração.

As exigências imediatistas do homem pós-moderno, são supridas por uma mídia cada vez mais ágil, que veiculam notícias em tempo real, graças aos programas sofisticados que se incrementam continuamente, a fim de atender as expectativas dos usuários. Exemplificando, se uma empresa jornalística mantém um correspondente no exterior, este poderá enviar a matéria via “e-mail”, por “WhatsApp” ou compartilhar arquivos na nuvem, chegando, assim, à redação quase em tempo real.

O texto é essencial em qualquer circunstância jornalística como também para profissionais em todas as áreas de atuação e, principalmente para que estudantes se tornem profissionais qualificados. Infelizmente, nem todas as pessoas fazem bom uso da tecnologia e aproveitam para copiar e colar, sem pudor e até para outros usos inapropriados. Mal sabia Johnson em 2001 quando o livro “Cultura da Interface – Como o computador transforma nossa maneira de criar e comunicar” foi lançado, o quanto ainda haveria de avanço tecnológico melhorando a comunicação, via uso de novos aplicativos e de redes sociais, mas, infelizmente, podem também ser utilizados de forma negativa provocando situações nada benéficas a evolução humana.

PS) O bonequinho da ilustração "Plugado no Mundo" foi criado por Fernando Ferreira, meu filho,  numa época em que ele se divertia desenhando e ainda atendia os pedidos doidos da mãe.

sábado, 31 de março de 2018

Título? Sei lá! Ser mãe, talvez...


Por: Yara Verônica Ferreira

Antes de ficar grávida, milhões de coisas passaram pela minha cabeça. Quando ainda criança eu sonhava em ter uma linda menininha, para amarrar fitas vermelhas em sua longa trança (trança que eu mesma não tive, porque minha mãe cortava meu cabelo à moda Joãozinho). Queria que ela tivesse muitas bonecas e inúmeros amiguinhos para brincar. Mas quando senti a barriga crescer não queria mais a linda menininha, que se chamaria Natalye, pois meu coração batia forte pelo Fernando.

Ouvi o grupo Abba cantar este nome por muito tempo, inúmeras vezes, e sua sonoridade me fazia sonhar. Sonhei ter um grande amor com esse nome, mas que nada, só apareciam paqueras com nomes completamente diferentes e até muito estranhos. Então, o jeito era ter um filho para chamá-lo de Fernando.

Pus você no mundo, com certo pesar, pois era tão bom poder carregá-lo na minha barriga, para cima e para baixo, que diferentemente de todas as mães ansiosas para ver a carinha de seus filhos, eu queria apenas senti-lo dentro de mim. Nesses meses todos de espera você era só meu, só eu o sentia, só eu podia manter uma conversa tão íntima contigo e ninguém nos ouviria. Mas chegou a hora, eu relutei, fiquei muitas horas em trabalho de parto... rsrs... e por conta de querer reter você dentro de mim, sofri muitas dores. Mas não faz mal, pois assim eu ainda tive tempo de te sentir mexer lá dentro por muitas horas. Dez horas e cinquenta minutos de vinte de fevereiro de mil, novecentos e oitenta e sete... não tive mais como te segurar, agora você era do mundo!

Foi nesse momento que comecei a ficar órfã de você, meu filho. Não só porque bebês crescem rápido, mas porque passam a fazer parte da vida de outras pessoas: primo que quer segurar no colo toda hora, parentes que vêm visitar, futuros padrinhos que nem sabiam que seriam, mas já amavam como um pedaço deles também.

E assim, independente de meus sonhos, logo deu seus primeiros passinhos e se tornou tagarela e estabanado, caindo e se reerguendo com os primeiros sorrisinhos de vitória estampado nos lábios.

Cresceu sem esperar nenhuma licença materna. E, de repente, já estava caminhando com passos firmes e repetindo palavras, pronunciando frases completas e muitas vezes inovadoras: quéio quica; dá boio; quéio tuco; ete não, quero uma buqueca...

Ah! Essas malditas horas que se impõem e nos roubam o tempo que temos de curtir cada minuto do desabrochar de um ser tão especial. Mas todo final de tarde, ao contrário do suplício da manhã, quando tinha que lhe deixar, o coração acelerava, poderia estar de novo te rodeando, curtindo seus gritinhos de euforia porque mamãe chegou ou porque achou uma balinha na minha bolsa.

Mas uma jovem e livre mãe precisava de momentos de diversão. É hora de dizer tchau... são só algumas horas da noite, enquanto estará dormindo, mas é incompreensível que eu saia sem te levar no colo, então dou longas explicações que não posso te levar para dançar, porque menores de idade não entram no lugar onde a mamãe vai. “– Mas quando eu crescer, então você me leva junto, né?” Amado filho, quando você crescer é você que não vai querer que a mamãe vá com você! E eu ria, enquanto você me olhava desconfiado por achar que estava sendo enganado!

O tempo vai passando tão rápido! Não dava tempo de fazer diário de bordo porque logo éramos lançados a bombordo.

E você foi crescendo meio amestrado, observando e aprendendo com meus acertos e erros. Principalmente com os erros, que espero que não se repitam na sua caminhada.

Mas toda mãe vai ficando um pouco órfã do próprio filho. Não mais o levo nas portas das festas, nem na natação ou na escolinha. Agora você está no volante de sua própria vida.

Ainda sinto como se não tivesse ouvido sua respiração o suficiente, não tivemos todas as conversas que devíamos ter, nem desfrutamos de todos os momentos grudados e aí está você, caminhando em outras direções, vivendo momentos só seus...

Há mães que dizem perder a graça depois de adultos, que já não são engraçadinhos, nem carinhosos, mas acho que essas mães devem ter algum problema, porque em todas as idades um filho é um ser que nos dá tantas alegrias, que nos proporciona emoções infindáveis. Você cresceu e muito, mas meu afeto nunca se esgotará, sempre acharei motivos para contar nossas histórias e de exibir os seus grandes feitos.

Há mães que dizem que os filhos somem, nem saudades sentem, mas cada vez que você diz que vai passar aqui para ver as suas gordinhas, Leona e eu já entramos num espírito de festa tão doido e inexplicável.

Nada sei, mas posso dizer com convicção que amo o filho que gerei, mas, sequer sei se aprendi a ser mãe!

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Meus marcadores de páginas

Limpar a estante é um ritual muito particular. Nada de terceirizar esse serviço.

Cuidadosamente passo um pano seco nos livros, e, como sempre, cuidado redobrado naqueles que o marcador ainda está ali realizando a tarefa dele. 


Correrias, necessidades divergentes, desinteresse momentâneo, talvez... coisas assim acabam por deixar muitos livros começados.


Vale abrir uma página qualquer e ler, para entender porque parei. Peço desculpas ao livro, leio umas páginas e explico a ele que ainda terá que carregar por mais um tempo o marcador, porque há outros mais urgentes para devorar.


Pego outro e de repente o marcador dá um voo rasante. Tento segurar ele no ar,olho para o livro, fico tentando adivinhar onde parei, mas, quer saber: - se cair o marcador de página, deixa pra lá, nem era pra continuar lendo mesmo!


Assim devia ser a vida, como um livro cheio de marcadores de páginas, se desse vontade, pulávamos a página, até arrancar poderíamos. E, num momento mágico, nos perderíamos. Onde devia estar esse marcador mesmo?