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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Palavras são sempre poderosas


Sempre amei as palavras e sempre repito essa declaração de amor, por mais cansativa que possa parecer.

Por conta desse amor pelas palavras, sempre tenho muitos livros começados, alguns até sou obrigada a recomeçar porque me perdi nas histórias dos outros já terminados. Mas, em compensação há alguns que a gente lê em poucas horas, porque a sede é tanta de degustar cada história por trás de tantas palavras, que fechar o livro, mesmo que seja por alguns instantes, parece um suplício, é como se a água fosse acabar e a sede continuasse ali.

Eu tinha que aprender a só comprar outro livro quando tivesse terminado de ler um único, mas o vício de comprar é tão forte, quase tanto quanto de ler.

Eu parei o do Kotler, sobre Marketing, que estou adorando, “Os Imperfeccionistas”, “O Estrangeiro” e ainda passei por cima do “A Saga Brasileira” da Miriam leitão, que estou louca para começar e abri o “A Queda”, que acabei de receber hoje, ainda no metrô, a caminho da faculdade para o segundo turno da minha jornada dupla de trabalho.

Já estou no passo 165, mirando a foto, mas tive que fechar, porque já ia chegar em casa. Todos esses passos foram dados, em pé no metrô, um pouco sentada no ônibus e alguns em pé caminhando ou subindo escadas. Inúmeras vezes tive que fechar o livro, não porque havia outra atividade, mas para respirar fundo e sentir o forte pulsar do coração.

Agora, enquanto relembro de alguns trechos e deixo meus dedos percorrerem rapidamente de uma tecla a outra, pus no repeat o Bolero de Ravel, que é uma música que me acalma e emociona ao mesmo tempo, mas, principalmente, combina com a descrição minuciosa de uma Itália que viveu momentos que mais pareceram um turbilhão de emoções, tanto nas remotas épocas que nem vivemos e que Mainardi descortina, quanto pelos passos cambaleantes até “a queda”.

Sempre gostei de ler a coluna de Diogo Mainardi na Veja, justamente pela acidez, mas, as palavras são tão poderosas e muitos de nós não sabe usar. Há os que se perdem na força que elas dão à vida que corre a nossa volta e dentro de nós.

Justo eu que gosto de apreciar os quadros de Claude Monet, me deparei com uma nova forma de não esquecer de alguns detalhes de sua pintura, porque há certos sentimentos que são absolutos e tomam conta em tempo irrestrito de nossas vidas... assim é quando se tem um filho... uma única vitória régia a tingir toda nossa tela!



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